segunda-feira, 3 de novembro de 2008

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- Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não em você, se sempre foram
de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos
reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces. Por que
então assim tão de repente e duro, por quê?
"
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- É esse gelo por dentro que eu não consigo entender. Você se doou tanto quando eu não pedia, e
no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço
encouraçando o silêncio, eu não consigo entender
."

(Diálogo, O Inventário do Irremediável, Caio Fernando Abreu)
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